Conheça um pouco mais da história da cidade de SANTIAGO no estado de Rio Grande Do Sul (RS) a seguir. Compartilhe com seus amigos e parentes!
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Povinho, Povinho do Boqueirão, Santiago, nosso município faz parte do território missioneiro, tendo sido chão de Portugal e de Espanha, ao sabor dos tratados diplomáticos e das lutas que envolveram os dois países.
Com a fundação das reduções, os jesuítas com o cultivo do trigo, do algodão e das demais plantações de subsistência introduziram a pecuária no solo gaúcho estabelecendo grandes estâncias de criação de gado.
Para que pudessem ser administradas, essas estâncias eram subdivididas em postos, atendidas por cerca de dez famílias, competindo aos posteiros além dos cuidados com a agricultura, parar rodeio para costear o gado alçado, acostumando-o à presença do homem e facilitando o seu manejo.
Junto a esses postos havia sempre uma capela à devoção dos moradores.
As referências geográficas que aparecem no abundante documentário sobre os Sete Povos e as Reduções, de vida efêmera que os antecederam, constituem assim, importantes subsídios ao estudo da formação histórica do Rio Grande.
D?entre os temas mais fascinantes da toponomástica riograndense avulta, sem dúvida, o da palavra Santiago, cuja ancianidade ninguém pode legitimamente contestar.
Uma coisa é líquida e certa: Santiago não provém do substantivo Santiago nem de Sant?Iago, como insinua ou procura fazer crer o Código de Postura do governo santiaguense saído dos prelos da ?Gazeta de Alegrete?, em 1886 e do qual, ao que parece, só resta um exemplar, o de propriedade do colecionador Pedro Palmeiro.
São Thiago, Sam Thiago e Santiago são as únicas grafias que repontam na documentação jesuítica, inclusive no prestimoso Diário do padre Tadeu Henis, datado de 13 de maio de 1756, e na caudalosa torrente de papéis oficiais sobre o povoamento das Missões.
Muito elucidativos, nesse particular, são os assentamentos paroquiais mais antigos de São Borja, a cuja jurisdição estiveram sujeitas até 1834 e sob o nome genérico de ?Distrito de São Xavier?, as terras que naquela data passaram a constituir uma comuna autônoma sob a denominação de Santiago do Boqueirão, hoje, Santiago ?tout court? e outrora povinho, substitutivo que vai, pouco a pouco, desaparecendo.
Durasnal de Santiago e Capela de Santiago, por outro lado, são expressões encontradiças no epistolário jesuítico do século XVIII.
A coxilha de Santiago, de maciço domínio guenoa, foi aliás no ciclo inicial do apostolado, o ponto de partida do fundador de São Nicolau quando de sua primeira entrada evangelizadora na província etnográfica do Tape.
Em 1815, o Marquês de Alegrete concedeu uma sesmaria a Francisco José de Carvalho ?no lugar denominado Santiago, invernada que foi do Povo de Santo Ângelo?.
O erro é manifesto.
Santiago era um posto (subdivisão) da Estância de São Miguel, vasto empório de gado bovino povoado com 40.
000 cabeças originárias da chamada Vacaria do Mar e que possuía, em números redondos, uma superfície aproximada de oitenta léguas quadradas estendendo-se até a Coxilha Grande entre as cabeceiras dos rios Taquarembó e Jaguari.
A seis quilômetros, mais ou menos, do campo de Ibasso ficava o posto de Santo Antônio, o Novo, assim chamado em face do estabelecimento homônimo mais antigo ? o de Santo Antônio de Taroquem ? cujas cercas de pedras cobertas de musgo pelo tempo e semi servidas ainda podem ser vistas.
Esse reduto avançado do trabalho civilizador dos inacianos, após a batalha de Caiboaté, foi abandonado pelos seus moradores que, em fuga precipitada, se refugiaram em Santiago, mais distante do teatro de operações e em cuja tosca capela de pau-a-pique e capim foi rezado o primeiro responso solene pela alma de Sepé Tiaraju.
As formas São Thiago, Sam Thiago e Santiago anteriormente referidas mostram claramente o processo evolutivo, simultaneamente prosódico e gráfico, da tradicional designação a que o termo Boqueirão, de origem mais recente, precedido da preposição do se agregou no decurso dos anos, por influência de curiosos fenômenos fisiográficos locais.
Ao tempo de Arsene Isabelle, nada existia no local da atual cidade, senão ?três ou quatro chácaras e estâncias à entrada de um vale arborizado, onde corria um límpido regato?.
Em 1856, segundo José Heméterio Velloso da Silveira, havia apenas três casas, sendo uma do comerciante português Antonio José da Rocha.
Quando da irrupção da Guerra do Paraguai, consoante outro depoimento do mesmo autor, Santiago já era uma ?povoação com mais de 40 casas batidas, sendo 6 de negócio?.
A origem de nossa cidade é irrefutavelmente jesuítica e foi dada em homenagem ao Santo Católico.
Os jesuítas edificaram trinta e três Reduções em nosso território e vinte e uma Capelas, sendo que a Capela de número quinze, conforme Hemetério Velloso à página 14 de seu livro ?As Missões Orientais e Seus Antigos Domínios?, chamava-se ?CAPELA DE SÃO THIAGO?, no local do Distrito de São Xavier (chamado Durasnal de São Thiago).
SANTIAGO (RS).
Prefeitura.
Disponível em: http://www.
santiago.
rs.
gov.
br/pagina/647/historia.
Acesso em: 22 jan.
2020.